quarta-feira, 6 de julho de 2011

Ponto final, parágrafo, letra maiúscula

Meu Querido Diário Médico,

Desculpa começar do começo pingando de cara um ponto final. Mas o ponto era necessário até pra você existir. Afinal, como já disseram "O ponto é a ponte".




Sei que é curioso começar uma coisa nova em folha falando de um ponto final antecedente. Mas os pontos finais falam da esperança do parágrafo procedentes. E os pararágrafos procedentes prometeram proceder todos aqui. É por isso que você é tão querido, Diário Médico!


Explico-me com os pontos-finais da vida, pra não ficar sem pé nem cabeça, nem hálux, nem ATM, nem nada... Vou me contendo porque tenho uma queda por histórias sem pé nem cabeça.




O ponto final, como se sabe, é a finalização de uma frase. E no meu caso, a frase é uma fase, é um ciclo: o Ciclo Básico. Terror da formação de qualquer um, o ciclo básico foi tudo aquilo que me avisaram de chato, e mais um pouco. Ele até tinha potencial para ser legal, e eu bem que tentei, juro. As únicas coisas boas foram as Saúdes das Comunidades da vida, e a Semiologia. Mas no fim, foi toalha, mesa, cadeira, tudo jogado pro alto, sem pena.
Resultado dessa jogação: minha primeira prova final da vida!




Sustinho bom pra menininha perfeitinha e altamente recomendada por sua elogiosa carreira estudantil.
- Uma mácula indiciosa logo à essa altura do campeonato?!


O pior (ou o melhor, ainda não consigo avaliar) de tudo isso foi que eu nem fiquei neurótica, ou autoflagelante, ou nada do tipo. No máximo rendeu boas noites de olheiras, garrafadas de mate Leão, e vista cansada.


E aí, Querido Diário Médico, é aí que está o ponto de tudo (não o final, mas o de interrogação): não é o medo não não ser a perfeitinha, ou de parecer burralda, ou de descobrir que eu não tenho jeito pra coisa. A dúvida é: como, o que, e com que profundidade eu tenho aprendido? Será que a cobrança desse conteúdo é que está errada? Será que eu tenho um bloqueio, ou um certo desprezo pelo conhecimento decoreba? Será que eu tenho levado à sério as coisas que são pra serem levadas a sério? Como dosar prazer e dever? E a dúvida Mestra: será que eu serei uma boa profissional no futuro?


Pois é, Querido Diário Médico, a barra não é tão branquinha feito o jaleco da Professora Germana não. Tem uma ralação embutida na dúvida, e uma vontade de não engatar no modo automático pra ser uma Médica-Zumbi, feito os amiguinhos mediquinhos de todos os dias. É preciso viver, é preciso estudar! Mas acima de tudo, é preciso aprender a viver. E essas coisas eu vou descobrindo aos poucos.


Pra ir tentando dialogar isso com você, Querido Diário Médico, aqui eu vou contando um pouco das minhas frustrações, alegrias, dores e maravilhas dessa caminhada de formação. Vou contando um pouco do que eu tenho feito, um pouco das coisas que observo, e um pouco do que vai me dando na telha, pra ver se a gente vai se entendendo por aqui. Só tem uma coisa importante, Querido Diário. Já que você é um Diário Médico, creio que o Código de Ética da categoria também se aplica à você, não é mesmo?! hehe


Ah! Queria dedicar essa nossa conversa à oito pessoas bem importantes, já que foram à partir de conversas com elas que eu tenho o prazer de conversar com você, Querido Diário.


Quatro delas fazem parte das aventuras da formação: Os 3 Cavaleiros do Apocalipse (eu sou a 4ª) e a 5ª Cavaleira de honra:

          • Morte - Dra. Lara;
          • Guerra - Dr. Menezes;
          • Fome - Dr. Be;
          • 5ª Cavaleira Sem-Nome - Futura Dra. Keli.
(e eu sou a Peste).


Outro personagem dessa epopéia é o Mestre Paulodore,(também conhecido como Paulo Ovelhinha) por qual nossas batalhas propagam suas benqueranças;

Tem também a tão recém chegada, mas igualmente recém querida a Professora Katheen. Foi numa tarde quase desanimadora de Tutoria que ela me fez ver o que eu chamaria quase de "O Sentido da Medicina";

Sempre amado e sempre importante (ao qual também honro essa homenagem) é o meu companheiro mais que querido, com quem compartilho muitas dessas felicidades e dúvidas da vida inteira: o Namorado;



E por último, e não menos importante, é a Mestra Doutora pra toda vida, a querida Erotildes, que me ensinou muito do pouco que eu sei. Devo muito à ela, em tudo.


Vou ficando por aqui, que já vai tarde a hora. As oito horas de sono que apregoa a boa saúde já foram pro espaço. Não é porque o Ciclo Básico acabou que estamos de férias... Muita coisa em prol da Medicina ainda vai rolar no mês de julho.

Solenemente e sonolentamente,
Carla Guedes

Um comentário:

  1. Ahh Carlinha, Wed, Peste, ou qualquer alcunha que lhe caiba minha querida amiga.
    De fato, tens o dom de se expressar com as palavras.

    Como me identifiquei com essas linhas. Sim claro, muitas dessas angústias viemos repetindo uns aos outros ao longo de árduos dois anos, mas o seu ponto de interrogação, exposto no 7º parágrafo desta postagem realmente mexeu cmg. Parecia que era eu falando cmg a noite antes de dormir. Mesmas dúvidas... Mesmos receios...

    Felizmente temos um esperança em comum que nos guia, uma vontade de sermos os DRs e DRras que sonhamos ser. Isso nos move e sim nunca nos deixará desistir.

    Minha amiga, quero que saiba que serei leitor e articulador fiel dessas suas conversas com o seu querido diário médico.

    Um grande beijo!!
    Se cuida
    e até breve!!
    be

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